quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Artes Marciais JCC: A História (Resumo)

Quero escrever um artigo sobre a situação atual do projeto "Artes Marciais JCC" sobre o qual eu comecei a escrever no último post, mas acho injusto falar sobre o presente que vocês conheçam o seu passado.

Como eu não tenho uma memória muito boa e estou escrevendo este artigo sem me preparar muito, vou fazer uma versão bem resumida do que aconteceu, e então poderei escrever outro artigo sobre o que está rolando agora.

Obs: Eu ainda não escrevi sobre as regras do jogo, algumas frases deste post usam termos das regras que eu ainda não expliquei, mas fiquem tranquilos que não é nada muito difícil e eu vou escrever em breve sobre isso.

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Comentei no último post como conheci o Artes Marciais JCC, e agora vou falar como ele evoluiu até chegar no estado atual. Naqueles dias só haviam cartas de ataque e defesa, nós organizamos um beta-teste com uns amigos, que fizeram uma bagunça na casa, mas que serviu para perceber que o jogo era bom mas faltava algo.

Este primeiro beta-teste que fizemos foi chamado de vale-tudo, pois foram usadas cartas de várias artes marciais sendo que não houve muito critério na criação delas, e o principal deles foi a descrição dos movimentos nos livros de GURPS Artes Marciais e Street Fighter RPG.

Até que criaram as cartas de Técnica Especial, que seriam as "mágicas instantâneas" do jogo. Eram cartas que representavam conceitos das artes marciais e movimentos que não eram considerados nem ataques nem defesas. Exemplos representativos das técnicas especiais são o Kiai do Karate, que aumenta o poder de um ataque, o Resistir à Dor, do Boxe, que alivia os danos levados pelo lutador, e como boxeador deve resistir a muitos danos, entre outras.

Então a qualquer momento, quando eu jogava um ataque e eu queria fortalecê-lo, jogava um Kiai em cima! Ou quando estava quase morrendo, jogava no final do turno um Resistir à Dor para me recuperar. Estas cartas deram muito dinamismo ao jogo, e assim nos motivamos a inventar cartas para várias artes marciais diferentes e formalizar as regras do jogo.

Assim decidimos criar cartas para 8 artes marciais, as mais básicas e representativas: Boxe, Briga de Rua, Capoeira, Judô, Karate, Luta Livre, Taekwondo e Tai Chi Chuan. Foi um trabalho árduo, pesquisamos cada uma das artes marciais, nos reuníamos e fazíamos as cartas, 50 cartas para cada arte marcial.

A primeira leva de artes marciais feitas foi Boxe, Capoeira, Karate e Taekwondo. Para isso eu fui conversar com pessoas faixa preta que foram muito legais comigo aconselhando como adaptar as coisas. Então estávamos prontos para mais um beta-teste.

Este beta-teste foi bem legal, veio bastante gente, o pessoal montou baralhos que realmente tinham estratégias, e percebemos várias coisas boas e ruins do nosso jogo. Então trabalhamos para melhorar tudo isso, aí foi feito o Tai Chi Chuan e marcamos mais um beta-teste.

Neste terceiro beta-teste o pessoal já estava mais esperto com as regras e começaram a abusar mais das cartas, e o jogo ficou desequilibrado, tinhamos um problema, as cartas de velocidade alta estavam fortes demais. Pensamos pensamos e tivemos várias idéias sobre como superar este problema.

A primeira abordagem foi modificar as cartas de velocidade muito alta, modificar as cartas que aumentavam as velocidades dos ataques e fazer cartas com efeitos mais variados. Assim modificamos as cartas das 5 artes marciais já existentes e começamos a criar as 3 novas.

Ao criar estas 3 novas artes marciais (Briga de Rua, Judô e Luta Livre) percebemos que a Capoeira não estava legal, ela não representava muito bem os verdadeiros conceitos da luta-dança, então as cartas foram colocadas em revisão. Durante este processo todo, alguém saiu com uma idéia: vamos mudar as regras e colocar alcance nos ataques, e movimento para os lutadores?

E o pessoal gostou desta idéia, essa foi uma das abordagens para remover o peso da velocidade no jogo, mas demorou para ser adotada. Além disso, foi neste período que comecei a estudar mais a teoria de criação de jogos e percebi que o nosso método não estava bom, que teríamos que fazer tudo de novo seguindo um método melhor.

Hoje em dia já conseguimos definir bem como funcionarão as regras de movimento, e estamos agora trabalhando na criação de novas cartas (e adaptando as cartas antigas) para as novas regras. Assim com estas novas cartas vamos fazer mais um pequeno beta-teste para ver se as regras novas de movimento estão boas, e então vamos depois ver se precisaremos modificar as regras ou começar a criar as novas cartas de verdade! Vou ainda escrever um artigo detalhando melhor estes processos.

Até a próxima!

Obs: Se você leu o artigo sobre "Criação, Desenvolvimento e Edição" e está se perguntando onde tudo isso se encaixa nesta história que eu contei, na verdade não se encaixa em lugar nenhum, pois tudo isso é o processo de definição das regras do jogo. Este método só é aplicável se as regras do jogo já estão maduras, e este não é o caso do Artes Marciais JCC.

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