Olá!
Este é um artigo baseado no texto do Mark Rosewater lançado hoje no site oficial do jogo Magic: the Gathering. É mais difícil escrever no blog do que eu achei, mas depois de ler o artigo de hoje eu me inspirei e tomei vergonha de deixar de trabalhar uma meia hora para escrever um pouco aqui.
Acho que escreverei muitos artigos baseados nos textos do Mark e nos textos do Tom LaPille, pois são eles que, respectivamente, escrevem sobre criação e desenvolvimento de Magic. E para mim, como este é um jogo bem sucedido, acredito que eles têm muitas dicas para dar aos criadores de jogos, como nós.
obs: o link para o site deles está com problema, quando consertar o problema eu arrumo o link daqui.
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Ao criar jogos nós devemos considerar vários fatores, os textos sobre teoria de criação de jogos falam sobre estes fatores, e neste falarei sobre a natureza humana, provavelmente o fator mais importante ao se criar jogos.
Jogos de carta são criados para humanos, e por isso ao criar os jogos, não devemos criar regras ou conceitos que vão contra esta natureza, jogos que são intuitivos e naturais para as pessoas jogarem são mais divertidos e agradam mais as pessoas. Este é um grande desafio!
Eu como engenheiro e homem de números, tenho muitos problemas com os aspectos subjetivos da natureza humana, mas creio que uma sistematização do processo de criação de jogos e de consideraçao da natureza humana possa ajudar bastante. É claro que é impossível sistematizar todos os aspectos da natureza humana, mas pelo menos os mais importantes a gente tenta.
Darei exemplos de aspectos da natureza humana que devem ser considerados (provavelmente escreverei mais textos sobre cada um deles mais para frente): estética, simplicidade, convergência, padrões, repetibilidade, estrutura, ordenação, interatividade...
Chega uma hora que o jogo que criamos falha em algum destes aspectos e deixa de ser divertido, por exemplo um jogo sem padrões, ou seja, um jogo que não permite que reconheçamos valores e consigamos prevê-los se torna um jogo sem controle, onde o jogador não se reconhece nele. Um padrão básico em jogos de carta são os tipos de carta: quando eu vejo uma carta de criatura em Magic, eu sei mais ou menos o que esperar dela, pois ela segue um padrão. Isso é importante.
O texto de hoje do Mark Rosewater fala do conceito de convergência, e cita o iPad (o aparelho novo da Apple) como um exemplo disto. Convergência é o conceito que diz que as pessoas gostam de juntar coisas, pois é mais fácil e melhor fazer duas coisas juntas do que fazer duas coisas separadas. Por isso que o iPad representa a convergência: ele reúne diversas funcionalidades esperadas pelo usuário em um aparelho apenas.
Portanto quando você for criar um jogo, é uma coisa boa juntar conceitos em uma estrutura só, para que os jogadores sintam a convergência e se sintam mais atraídos para jogar e se divirtam mais jogando. Mas não é porque podemos juntar conceitos que devemos fazê-lo, lembrem-se que existem vários aspectos da natureza humana, e há momentos em que um contradiz o outro, cabe a nós percebermos qual fala mais alto.
Ou seja, tudo isso se resume em: ao criar um jogo, devemos agradar o jogador seguindo sua natureza, e não lutando contra ela.
Este artigo foi uma tentativa de preencher o blog, pois estou sem muito tempo para parar e pensar no que escrever para estruturar melhor os artigos como desejaria. Ainda pensarei melhor em todos os aspectos mais importantes da natureza humana e elaborarei um texto explicando tudo melhor.
Até a próxima!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
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Na verdade Leite eu discordo totalmente com vc.
ResponderExcluirO ser Humano e a natureza-fator Humano são totalmente simples e portanto facilmente sistematizáveis.
1)Humanos erram.
2) Só existem seres Humanos de dois tipos: Homens e Mulheres (Lady Gaga não conta).
3) Os únicos objetivos e interesses dos seres Humanos são: Virtude, Riqueza e Prazer.
Sobre Virtude, Riqueza e Prazer vide o Kama Sutra, Capítulo 2) "Sobre a aquisição de Dharma, Artha e Kama" (o capítulo tem só 6 páginas, no livro de bolso).
Sobre as diferenças entre Homens e Mulheres (principalmente no que se refere a jogos) vide:
www.gamecultura.com.br na matéria: "Como unir homens e mulheres a mesa para jogar"
Na verdade só esse tópico pode dar um bom post pra esse blog aqui.
Quanto ao fato que os seres Humanos erram, essa é uma verdade incontestável e que trás alguma aleatoriedade (e pq não dizer: graça) ao "Fator Humano". Mas é um aspecto totalmente natural e até mesmo aprazível, tendo em vista os jogos de futebol que até hj são coordenados por juíses humanos e falíveis (mesmo sendo completamente televisionados e portanto sob o jugo das máquinas) e que sempre deram muita polêmica nos jogos, o que é boa parte da diversão.
Poxa Sassá, se você não tivesse escrito "O ser Humano e a natureza-fator Humano são totalmente simples e portanto facilmente sistematizáveis." eu até consideraria melhor o seu post. Espero que a Mitiko não leia isso q vc escreveu.
ResponderExcluirBom, mesmo que a natureza humana seja ou não facilmente sistematizável, a idéia do post é mostrar que temos que sempre concordar com ela para que os nossos jogos sejam bons e divertidos!
O problema é saber quando estamos concordando com a natureza humana ou estamos concordando com nossos próprios desejos...
Já li!
ResponderExcluir:P
Achei muito interessante esse texto.
Quando você (ou vocês) forem dar continuidade a esta meta, sugiro abordar outros aspectos da natureza humana que com certeza precisam ser levados em consideração quando os jogos são elaborados, tais como:
- Subjetividade
- Criatividade
- Criação
- Imaginação
- Experimentação
- Crítica
- "Instinto" de proteção
- Curiosidade/Aventura (porque ficamos tensos, "apanhamos" e vamos lá de novo pra próxima partida)
- Previsibilidade
- Aprendizagem (pois erramos e também aprendemos, e creio que isso em jogos de carta fica bem evidente, pelo desenvolvimento que o jogar vai tendo em suas formas de jogo, montagem e escolhas das cartas)
- Necessidade de se relacionar com outros da mesma espécie
- E não deixando titio Freud de lado, o desejo!
Agora não sei se tudo isso cabe na categoria que você criou, ou apenas para uma consideração sucinta... Depois quero ver essas coisas nos blocos :)
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Adriana Mitiko
Que ainda acredita que existe um universo em cada ser.